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Capítulo 4

Justin subiu as escadas de dois em dois degraus. Em nenhum momento

ele estava na frente deles.

-Boa noite senhor, Roxy o cumprimentou.

Ele respondeu com um aceno de cabeça. Ele estava bastante preocupado

com essa jovem

que o intrigava muito. Ela parecia estar fugindo de sua presença como se o

temesse e ele odiasse isso. Foi a primeira vez que ele se esforçou tanto

para fazer uma mulher notá-lo ou prestar atenção nele. Geralmente eram

eles que o perseguiam por um pouco de atenção dele, mas esta nem

queria que ele se aproximasse dela, ela literalmente tremia na presença

dele.

- Vou te deixar, ainda tenho trabalho para terminar. Disse Roxy diante

desse silêncio que se tornava mais pesado.

Ela escapou deixando-os sozinhos. Por longos e intermináveis minutos, foi

Justin quem

quebrou o gelo.

-Deixa eu te levar para casa, ele deixou escapar mais uma ordem do que

uma

proposta.

_Parece que você está me dando uma ordem, ela respondeu, ousando

olhá-lo nos

olhos.

-Na verdade, é uma ordem, ele admitiu. Agora venha.

Ele nem deu tempo para ela responder, pois já a estava arrastando para

fora do hotel. Poucos minutos depois, ela se viu em um carro luxuoso. Ele

sentou-se ao volante. Ele seguiu o caminho exato que levava à casa dela.

- Vejo que você sabe meu endereço, disse ela, percebendo.

-Claro, eu sei seu endereço exato já que aparece em seu

arquivo. Ele respondeu com um sorriso.

-Ah... Ela respondeu simplesmente.

Justin olhou para cima e viu que ela estava comendo o sangue do tio. Ele

viu

que ela estava nervosa. Isso o deixou com raiva, uma raiva ilegítima que

ele não conseguia explicar. A viagem foi feita em silêncio. Ele a

acompanhou até a porta, quando teve certeza de que ela estava em casa

em segurança, ele partiu para sua casa.

Justin chegou em seu apartamento, foi direto para seu bar, pegou um copo

de conhaque que bebeu de um só gole. Ele teve que se conter para não

explodir. Ele sempre prometeu a si mesmo ter o controle de tudo, não

queria ser como seu pai que era muito frágil e morreu de tristeza. Ele havia

jurado a si mesmo que sempre controlaria seus sentimentos, mas essa

jovem parecia ter destruído seus esforços. Ele tomou banho e foi para a

cama porque tinha certeza de que precisava descansar.

~~~

Olivia acordou um pouco tarde, saiu rapidamente da cama, tomou um

banho rápido antes de sair para encontrar Roxy que já havia terminado de

tomar o café da manhã. Ela entregou-lhe uma xícara fumegante que se

apressou em pegar.

_Roxy, por que você não me acordou? ela perguntou à amiga.

_Porque é a primeira vez em dois anos que te vejo dormir tão tranquilo.

Agora me diga como terminou?

Olivia revirou os olhos, Roxy era uma daquelas que aproveitava a vida

como ela vinha. Ela viveu uma vida difícil. Órfã, ela cresceu em orfanatos e

lares adotivos. Tudo o que ela sabia era que havia sido abandonada fora

do hospital onde nasceu. Sua mãe pelo menos teve a decência de lhe dar

um nome. Mesmo parecendo feliz, Olivia sabia que no fundo ela esperava

uma vida melhor, aspirava construir uma vida, constituir família.

_Nada aconteceu Roxy. Olívia respondeu.

_Você quer dizer que esse homem, esse Adônis te acompanhou assim

mesmo? Eu não acredito nisso.

_ Lembro que “esse Adônis” é nosso chefe então um pouco de moderação

querido. Além disso, está tão frio que fico arrepiado quando vejo.

_Sim, é isso, e eu sou Santa Madre Teresa de Calcutá. Sério Olivia, você

tem uma queda por ele e acho que não o deixa indiferente, você parece

ignorá-lo mas vou te provar que estou falando a verdade ou meu nome não

é Roxana Mélina Gonzalez.

_Enquanto isso estamos atrasados. Vamos antes que nos expulsem do

hotel.

Roxy queria retaliar, mas Olivia já havia saído, levantou as mãos para o

céu e prometeu a si mesma não deixá-la sozinha. Ela sabia que esses dois

iriam acabar juntos, ela tinha certeza disso.

~

Justin reajustou o terno, desceu as escadas e encontrou seu amigo Kyle,

um copo de uísque na mão. Ele sorriu levemente. “Santo Kyle”, ele disse

para si mesmo. Seu amigo tinha o hábito de beber de manhã cedo. Ele se

levantou assim que o viu. Ele terminou sua bebida e colocou-a sobre a

mesa. Ele cumprimentou o amigo com seu eterno sorriso nos lábios.

_ Kyle, você nunca vai mudar, sempre bebendo de manhã cedo. Justin

disse assim que atingiu seu nível.

_ Você sabe o que dizem, querido amigo, o álcool é como as mulheres. É

melhor de manhã cedo.

Justin ficou perplexo, Kyle tinha essas teorias malucas que ele nem

sempre entendia, mas gostava delas porque muitas vezes eram cheias de

humor.

_Qual a ligação entre o consumo de álcool de manhã cedo e as mulheres?

_Ah meu amigo, o que você seria sem mim? Não há nada melhor do que

fazer amor de manhã cedo, é tão gostoso. E beber álcool é sempre mais,

você deveria experimentar.

_ Ainda não vejo a ligação, respondeu Justin, visivelmente mais perplexo

do que já estava.

_Na verdade não tem, adoro fazer as duas coisas logo pela manhã, é tudo

que você precisa saber. Kyle respondeu com um olhar completamente

divertido.

Justin balançou a cabeça levemente, Kyle tinha o hábito de torcer o

cérebro com suas análises sem cabeça. Apesar de suas ideias não serem

muito compreensíveis para ele, Kyle era um dos melhores advogados. Foi

exatamente por isso que Justin ligou para ele.

Ele entregou a ela uma pilha de arquivos. Para falar a verdade, ele queria

ter certeza de que essa escória não o prenderia.

_Você pode analisar isso para mim? Tenho que ter certeza de não cair

num beco sem saída como meu pai, me recuso a repetir a mesma coisa.

_Pode contar comigo como sempre. Kyle respondeu.

_Você é um amigo maravilhoso, o melhor de todos, disse Justin com

sinceridade.

_ Eu também te amo, Justin, Kyle respondeu, vindo abraçá-lo.

Algo que Justin odiava, ele sabia que Kyle estava fazendo isso apenas

para deixá-lo com raiva, mas decidiu não se deixar enganar.

_A propósito, como está o nosso africanozinho? Kyle perguntou de repente

quando eles estavam no elevador.

Justin agiu como se não tivesse ouvido nada.

_Mais sério Justin, eu te conheço. Você não me pediu informações sobre

ela à toa e sabe muito bem disso. Observei isso enquanto você ainda não

estava aqui, tive o privilégio de conhecer seus funcionários antes de você e

posso lhe dizer que esta jovem é pura. Ela não é como nós, então deixe-a

em paz, não a quebre.

_ Cabe a mim julgar Kyle, eu não te contei que estava interessado nela.

Pare de me dar conselhos quando sabemos que você não está livre de

censuras e não pretendo sair com essa garota, afinal ela é uma criança.

Mesmo tendo uma cara séria, Justin estava fervendo por dentro, Kyle era

seu amigo de longa data e o conhecia melhor do que ninguém. Ele estava

certo e mesmo que se recusasse a admitir, Kyle estava certo. Ele estava

começando a se interessar por Olivia, sabia que se continuasse acabaria

quebrando ela, ela era boa demais para ele. Sua mente e sua razão lhe

disseram para não se aproximar dela, mas seu coração, que ele pensava

estar congelado desde o episódio de Madison Parks, disse-lhe para se

aproximar dela.
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