Capitulo 4
Eduardo abriu os olhos com um sorriso estampado em seus lábios. Depois de uma curta mas eficaz conversa com Christine na noite interior , tinha a certeza que ela, o estaria esperando, obedientemente ,em seu quarto. Apesar de sua resistência, finalmente ela tinha percebido que ele era mais forte, nas suas vontades e seus desejos.Afinal era seu Mestre agora , lhe devia total obediência , além de lhe pertencer totalmente .E se ele decidira reivindicá-la , somente uma escolha Christine poderia ter , que era ...aceitá-lo.
Eduardo tinha-a prevenido subtilmente que devia dormir durante o dia ,em vez de andar a explorar a cidade como habitualmente. A partir daquele momento, ela estaria de novo em sua cama, as vezes que ele desejasse . O serviria com seu delicioso corpo,intocado por qualquer outro homem. Sorrindo perante aquele pensamento, ele se mostra orgulho e satisfeito. As coisas avançavam como tinha planeado, demorara algum tempo até conseguir levar seu plano avante, mas finalmente o dia de assumir a liderança do Clã Camarilla , tinha chegado. Seus planos não estavam totalmente em prática , mas em breve tudo estaria bem encaminhado.
Christine não sabia que seria uma vampira , tencionava transformá-la ainda nessa noite , uma mestiça não tinha qualquer utilidade para ele , além de ser mais difícil de a controlar com a capacidade de sair á luz do dia . Ele não queria pontas soltas em seus planos e Christine podia se tornar um dos seus pontos mais fracos ,se não a mantivesse sob seu olhar atento, a toda a hora .
Depois de um duche relaxante , Eduardo enxuga seu cabelo dourado , o penteando cuidadosamente para trás ,depois de colocar uma loção hidratante. Enquanto aprecia seu corpo ao espelho, esboça um amplo sorriso, orgulhoso do que vê. Atirando a toalha para a poltrona , veste uma camisa cor de sangue , acompanhada por um terno cinza escuro ,Ralph Lauren , terminando com seus sapatos pretos, brilhantes , ainda por estrear. Gostava de se destacar com seu bom gosto, afinal tinha que mostrar sua superioridade, se aprimorando como um rei ,para se encontrar com sua bela mestiça, para que ela se mostrasse submissa. Ostentando um sorriso convencido ele se aproxima do quarto de Christine ,seus olhos se estreitando logo de imediato. Estranho, ela deveria estar ali ,o esperando pacientemente.
Sem nenhuma subtileza, a porta é escancarada com brutalidade , Eduardo olha ao redor , esquadrinhando cada lugar, o quarto estava vazio, mas seu perfume continuava no ar. Desceu a escada e dirigiu-se á cozinha que se encontrava também estranhamente vazia. Era um dos lugares que quase nunca visitava naquela mansão , mas hábito natural de Christine já que se teria que alimentar algumas vezes ao dia. Nunca pensou que uma Dhamphir perturbasse tanto seus sentidos .
No inicio, Eduardo pouco notava a fêmea, uma adolescente quase insignificante crescendo entre vampiros poderosos, mas sua beleza foi notada quando a libido reagia ao seu redor. Seu odor o deixava com tesão , ainda mais quando o desafiava ,com olhares e sorrisos inocentes , até que se tornou um objetivo. Tomá-la antes de qualquer outro o excitava mais do que pensara , um desafio delicioso que o entusiasmava .
Olson a protegia como a filha que desejara e nunca teve , isso o impedia de avançar diretamente, mas ao elaborar seu plano de tomar o clã se juntou o desejo de ter Christine. *Porque não tomar ambos ao mesmo tempo? " Exatamente como aconteceu, na noite que aquela inocente e ingênua fêmea caiu na sua cama , ele se tornara Mestre . Não foi fácil apanhar Olson desprotegido, mas tinha alcançado o objetivo, só isso importava . Danos colaterais, era difícil de os evitar , Christine fora uma testemunha parcial da sua traição, além de um delicioso alibi, por isso ,mais uma razão para mante-la bem perto . E onde seria mais perto senão do seu lado, na sua cama . Ao longe Andreia seguia caminho com Matias, sentindo que algo inédito o rodeava , Eduardo enrugou a testa, o macho que a acompanhava era muito anti-social, uma boa aquisição para seu clã , visto que era um forte soldado, mas não muito adepto a fazer amizades intimas.
Ameaçar Christine na noite anterior, tinha sido uma das opções para a convencer a ficar do seu lado, embora que uma ameaça dirijida a ela própria ,não surtiria efeito, ela tinha uma personalidade desafiante , determinada a contrariar tudo o que não concordava ,mesmo em risco de sofrer consequências físicas . Mas como bom observador , sabia que sua amiga Andreia era um alvo ideal para ameaçar e alcançar seu objetivo, o que se revelou ser certo, ela concordara na hora, com suas condições. Durante a semana de luto , Eduardo se afastara dos demais habitantes da casa para cuidar da burocracia da passagem de estatuto de co-regente para Mestre , o que levou algum tempo , mas um novo casal no clã era novidade , até para ele .
__ Matias! – Eduardo soava um pouco aborrecido quando acenou a ambos.__ Não sabia que tinha reclamado Andreia. Porque não fui avisado? __ Com a morte do nosso Mestre foi difícil chegar a você.- Segurando suavemente a mão de sua companheira, a tranquilizando quando se sobressalta com aquele encontro, ele acrescenta.__ Ocupado com os trâmites da sucessão ,deixei a informação para mais tarde.- Matias o encarou firme como sempre, sua expressão não se alterava.__ Afinal a minha vinculação não o afeta em nada, verdade?
__ Com certeza , tudo está bem ,fico feliz por vocês. – Eduardo o felicita dando uma palmadinha nas costas , tinha que admitir que era uma surpresa mas nada que o afetasse diretamente . Bom , Andreia estaria mais protegida dele , na verdade. Enrugando a testa por um segundo fica pensativo. __ Por um acaso viram Christine ?
__ Não a vejo desde que fui reclamada. – Andreia sorriu envergonhada, era raro saírem do quarto. __ Gostava de a ver, para partilhar a notícia.
Andreia estava a dizer a verdade em relação a Christine, mas a reclamação tinha sido no dia anterior. Sabia que algo se passava quando Matias foi ter ao seu quarto e confessou seus sentimentos. Explicou-lhe que Christine o tinha procurado para que a reclamasse naquela mesma noite, não queria que ela fosse um alvo de vingança de Eduardo por algo que viesse a fazer. Estando vinculada ninguém lhe poderia tocar, nem mesmo o Mestre de seu clã. Eduardo solta uma exalação , avançando em passos largos , os ignorando por completo quando segue para seu escritório.
__ Você sabe se Christine saiu cedo pela manhã? - Desconfiado e começando a ficar de mau humor , se atira na poltrona .
__ Não faço ideia , mas posso verificar ! - André seu braço direito e seu único amigo leal, colocava em dia os documentos que ele teria de assinar. Eduardo observava André se afastando, já tinham passado centenas de anos e ele ainda estava do seu lado, protegendo as costas um do outro . Um irmão de sangue que lhe devia sua vida e nunca questionava suas ordens ,sempre se prontificando a fazer o que mandava , sua lealdade era inquestionável, o único que levaria uma bala por ele. Não passara muito tempo , ele estava de volta mas seu semblante dizia que Eduardo não ia gostar das noticias que trazia.
__ Ninguém viu Christine sair. - André faz uma pausa antes de o encarar com uma expressão sombria.
__ Mas ela abandonou a mansão.
__O QUÊ????- Sentia em seus ossos toda a transformação que a raiva provocava ,seus olhos escureceram, suas presas surgiram, ameaçadoras e mortais .__ Ela não era capaz! – Rosnou as palavras , correndo para o seu quarto. Eduardo abre as gavetas com tanta força que quase as destrói. A roupa ainda estava dobrada, seu roupeiro, depois de uma breve inspeção, se encontrava normal, tudo parecia estar no mesmo lugar ,o que de imediato o fez relaxar . Conhecia cada canto do seu quarto, cada peça de sua roupa, até porque Christine se contentava com pouca coisa , algo que iria mudar depois de assumir a responsabilidade por tudo relacionado a ela.
Se preparando para girar e sair de repente algo lhe chama atenção, algumas cruzetas estavam vazias. De novo , com seu olhar de vampiro, analisa o cômodo em detalhe ,alguns objectos pessoais usados diariamente tinham desaparecido. Objectos que nunca levaria se fosse voltar daqui a umas horas.
__ Ela FUGIU?- Sua voz ameaçadora ecoa em toda a mansão , a cólera subindo por seu rosto. Como ela ousara desafia-lo, ela nunca iria ganhar um confronto com ele, um vampiro poderoso, centenário. __ EU NÃO POSSO ACREDITAR!!!- Atirando todas as roupas para o chão .__ André chama o Tattoo..- Com raiva ele rosna enlouquecido. __AGORA , JÁ!
Eduardo não podia acreditar que Christine o tinha abandonado, que tinha fugido da única casa que conhecia. Sendo uma mestiça por vezes não era aceite totalmente por alguns da raça, nunca imaginara que arriscasse sair do único local onde sabia que era como uma deles, totalmente. Christine estava enganada se julgava que se iria livrar dele, esquecia que era um vampiro centenário? A encontraria onde quer que fosse, tinha a vantagem de horas, talvez, mas a sua esperteza , quando começasse a escurecer, não a levaria tão longe assim . Mais hora menos hora, estaria sob sua alçada de novo, aí acabariam as hesitações. Iria ensiná-la a respeitá-lo, a obedece-lo, depois disso nunca mais se atreveria a provoca-lo novamente. Seria vampira, SUA CRIA, SOMENTE , SUA.
__ Mestre? - O homem entroncado ostentando a tatuagem de um dragão na cabeça amplamente rapada, entra respeitosamente com olhar baixo .
__ Pega em alguns homens e procurem Christine.- Eduardo se encontrava ainda irritado , andando de um lado para outro.
__Nao a quero magoada, mas façam o que tiverem que fazer, para a trazer de volta.
__Tem alguma ideia onde possa ter ido?
__ A única hipótese que tem é encontrar proteção...-Rodnando frustrado com essa ideia ele pára abruptamente o encarando ameaçador.__ Sondem por aí... procurem na área ao redor das Casas que dão asilo.-Gritando ele se aproxima irritado.__ Dividam-se ,se for preciso e logo que a encontrem me avisem. -Eduardo enquanto pensava nisso ficava mais descontrolado. A raiva cresceu ao ponto de ter vontade de matar alguém. Era o único que devia protege-la, cuidar dela, dar-lhe prazer. __ DESPACHEM-SE!!!!! Anoiteceu á pouco, não teve muito tempo ainda para encontrar ajuda.
__ Partimos imediatamente! - Tattoo abandona sem demoras o local, não dando asas para ser o alvo de sua raiva.
__ Christine! Christine... - Eduardo resmungou entre dentes, a cólera era evidente ,seu lacaio sabia o quanto ele podia ser cruel quando se descontrolava . __ Com isto acabou a minha simpatia.- Respirando fundo , seu olhar se fixa na porta que bate ao ser fechada sem hesitação.Sua voz fria e ameaçadora soando no silêncio macabro que se instalava . __ Como não vieste a bem... então ...virás mesmo a mal.