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⛓️CAP. ⁰⁴ ⛓️

" Ignore as palavras de ofensa, porque o veneno só faz mal se você engolir. "  

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O despertador pontual como sempre soou às quatro e quarenta. Senti uma leve dor de cabeça por dormir cedo demais. Sentei para tentar despertar com mais rapidez e nessa posição fiquei até o segundo soar às cinco.

— Não tem jeito... — passei para minha cadeira e no caminho para o banheiro admirei os sacos de lixos que vão me assombrar até o dia que eu consegui retirá-los daqui — Verei se o zelador pode fazer a gentileza de pegá-los para mim mais tarde.

Deixei meus demônios para trás ou vou me atrasar. Ontem não fiz nada a não ser chorar. No boxe lavei meus cabelos, desembaracei e fiz uma definição nos meus cachos, com calma voltei e dei início ao ritual de me vestir...

30 MINUTOS DEPOIS...

— Vamos para mais uma tortura diária... — fiz um café desejando comer ovos e não tinha — preciso fazer compras.

Peguei minha bolsa e tudo necessário para quando o motorista chegar só me preocupar em descer. Bebi meu café lembrando que meu domingo foi um tédio misturado com choros e lamentações.

Após tudo pronto resolvi descer e esperar pelo motorista da empresa. Assim que cheguei na portaria o carro encostou e Rafa prontamente veio me ajudar.

— Bom dia! — O cumprimentei.

Colocou-me no banco traseiro e me ajudou com o cinto como sempre. No caminho da empresa decidi pedir-lhe um favor.

— Imagino que esteja muito ocupado Rafael, contudo não tenho como não lhe pedir um favor... — informei fazendo minha cara de pobre coitada.

— Pode falar, está com algum problema aí atrás Jazz? — Me encarou pelo retrovisor com um semblante preocupado.

— Não, na verdade, necessito de pilhas para meu controle da TV, tem alguns dias que não assisto poderia comprar nessa lojinha que tem aqui na frente? — Concordou e senti até um latejar na minha cavidade.

Assim que parou abri minha bolsa para pegar a quantia de acordo com minha necessidade.

— Quantas? — Entreguei-lhe cinquenta dólares.

— Por favor, compra quantas puder com esse dinheiro, é melhor prevenir do que remediar. — Me deu um sorriso amigável e foi atrás das minhas pilhas.

Minutos depois voltou com um saco grande e pesado.

— Deixa no carro, como serei eu a te levar para casa você não precisa carregar esse peso. — Neguei com a cabeça.

— Serei demitida e a essa hora do dia vocês são mais rotativos buscando os acionistas, então creio que sairei cedo. — Declarei sabendo ser um possível fato.

— Nossa, que pena, tudo bem então! — Redirecionou a mim mais um sorriso enquanto entravamos no subsolo.

Chequei as horas sabendo que ficarei mais uma vez mofando até dar o horário da reunião.

— Boa sorte Jessie espero que continue, de todos aqui você é a única que nos cumprimenta e conversa conosco... pode ter certeza fará muita falta. — Sorri por sua gentileza.

— Obrigada, também sentirei falta de vocês... — falei a verdade desde que eles me ajudam muito e um em especial o Matteo às vezes vai comigo no mercado.

Fora do carro segui para o elevador e sorri animada com meu saco cheio de pilhas, louca para acabar com todas elas.

Pegando o mesmo segui para minha mesa que se encontrava vazia, respirei triste com a falta da foto dos meus pais. — Deveria ter deixado ela aqui!

— Mãe e pai me dá uma forcinha aí, não posso ser demitida... — realizei minha prece e guardei com cuidado meu pote de ouro. — Dos males os menores, hoje quero gozar muito, visto que o idiota do Den nunca me deu essa honra.

Desabafei tranquilamente ciente que estou sozinha. Virada para o elevador caso alguém entre e não me pegue desprevenida.

— Não sei para que ele nasceu com aquele pau tão bonito se não tem utilidade aquela merda! Do que adianta ter uma ferramenta daquelas e não saber usar o equipamento com maestria é de deixar qualquer chinês com inveja já que os boatos que corre por aí é que eles têm um peru pequeno. AH QUE ÓDIO!

Enfim, só de saber que meu vibrador pifará de tanto ser usado aproveitarei meu tempo livre para pesquisar no site de compras e garantir logo outros imediatamente.

"Isso Jazz, sua depravada safada enche a casa de caralho de todas as cores e tamanhos!"

Gargalhei com a ideia de diversos consolos pendurados ou de enfeite por todo meu apartamento. — Foda-se! Assim como minha vagina, tenho certeza que em minha casa também não receberei visitas. Serei feliz à minha maneira!

— Pelo visto minha cavidade nunca mais sentirá um pênis real socarei nela esses de silicone 3D — gargalhei novamente com isso. Nem parece que serei demitida. Acredito que com um saco de pilhas meu dia ficou maravilhoso —, estou feliz visto que o idiota do Den se sentia ofendido se eu tivesse um dildo em casa e me deu um vibrador desses massageador que é muito grande para penetrar e hoje comprarei um novo que vai me deixar louca em casa.

" Julgo que só comprou aquilo para que eu não ficasse igual essas adolescentes socando qualquer coisa na minha pequena vagina não deflorada!"

— Enfim, observaremos o que tem aqui! — comecei a pesquisar sabendo que não tem ninguém nesse andar devido à reunião acontecerá somente às oito — Puta merda! Olha o tamanho desse!

Leio as descrições: 17 cm comprimento e 8 cm de circunferência. Base 3D com 100% de realismo.

Apertei o carrinho decidida a comprar olhei outros e não gostei, o primeiro me encantou aí vi um pequeno como uma estaca, entretanto grossa li na descrição ser plug anal...

— Quem sabe na próxima já que ninguém me fode nessa merda... — distraída fiquei divagando — esse consolo vai me aliviar muito.

Comecei a rir feito uma idiota...

Olhei as horas e vi que se aproximava das sete e meia coloquei o celular no colo e fui para a sala de reuniões disposta a finalizar a compra por lá e ficar à espera de todos.

Mal entrei na imensa sala sendo surpreendida, pois, já tinha alguém na mesma de cabeça baixa lendo algo. — Seus olhos logo encontraram os meus.

"Um olhar diferente não sei explicar, mas me arrepiou por inteira."

— Oi! Desculpa, pensei que não tinha ninguém senhor... esperarei aqui fora. — Com rapidez girei minha cadeira pronta para sair.

— Fique!

A única palavra dita em um tom inibitivo foi o suficiente para parar de imediato.

Tornei a virar a cadeira de frente para ele e meu coração martelou com sua aproximação... — como ele chegou aqui tão rápido?

Diante de mim, tive que olhar para cima por ser bem alto!

— O que faz aqui a essa hora? — o chinês de um e noventa de altura com ombros largos olhou dentro dos meus olhos me deixando acanhada — Lhe fiz uma pergunta!

— Vim para a reunião... — olhou para o relógio e tornou a me encarar e antes que suspeite de algo resolvo explicar minha situação — chego sempre uma hora antes, pois os elevadores ficam lotados e como é visível sou cadeirante. — Me justifiquei.

— Não seja por isso... — não entendi o que quis dizer e lhe olhei com dúvida pensando se devo perguntar o que quis insinuar já que realmente não faço ideia do que seja.

— Tens prioridades aqui, de hoje em diante chegue no seu horário que estarei à sua espera diante do elevador, senhorita?

— Jessie Batts, sou a secretária do antigo diretor contábil, vim somente para assinar minha demissão. — puxou uma cadeira para se sentar e ficou tão perto de mim que seu perfume me embriagou me levando a engolir em seco — ... Obrigada!

Agradeci por sentar se ficasse alguns minutos com a cabeça levantada iria me resultar em dores fortes no pescoço mais tarde.

— Diga-me Sra. Batts quem autorizou sua demissão? — seu olhar fixo nos meus está me excitando — Poderia me responder!?

Concordei com a cabeça e por um segundo olhei para minhas pernas e encarei a tela do meu celular, ligada e cheia de caralhos de várias cores e um específico é literalmente colorido! — Puta merda! A imagem me congelou.

" Será que ele observou na tela do meu celular? Que vergonha! "

— Olhe para mim... — Exigiu e não teve jeito o encarei, porém, discretamente virei a tela para baixo.

Respirei fundo para retomar o controle da minha mente.

— Perdão o que dizia? — Sem graça disfarcei a vergonha que estava passando.

— Quem autorizou sua demissão? — Repetiu à pergunta. 

— Ninguém, deduzi sozinha estou aqui para preencher a vaga de deficiente e suponho que assim como o Sr. Diego serei desligada das minhas funções.

— Por isso pensa que demitirei a senhorita? — confirmei — ... Está mentindo! Quem te disse que você seria demitida?

— Diego me informou por diversas vezes que era o único que me mantinha aqui, e como foi demitido sei que devo ir pelo mesmo caminho. — Falei parcialmente a verdade já que aquele idiota me garantiu que seria assim.

— Tudo bem... considere-se demitida vá ao RH assinar seus papéis após a reunião. — Olhando em meus olhos me deixou em desespero.

— Tudo bem... — tentei saí às pressas dali, mas sua mão segurou minha roda com firmeza me impedindo.

— Falei que poderia sair? — neguei com a cabeça — Está saindo porquê?

— Não vejo motivo para ficar, fui demitida, então posso sim, ir embora solte minha cadeira agora! — Exigi louca para chorar.

— Não é mais a secretária do antigo gestor senhorita Jessie, receberá os seus direitos por isso sendo que o antigo dono tem obrigação de pagar os funcionários que serão demitidos. — Segurando meu choro, ainda não entendi o que ele quer dizer com isso.

— Isso não me interessa, não quero saber, você já me demitiu não é mesmo? Deixe-me chorar em paz senhor Jae! Só quero sair desse lugar e gastar o máximo de pilhas possíveis hoje! — com meus olhos transbordando declarei — Estou cansada, tudo de errado vem acontecendo comigo em um curto espaço de tempo...

— Cala a boca! — olhei assustada como me interrompeu — Você não me deixou terminar.

— Nem precisa, tudo deixa de fazer sentindo com a palavra demitida você não acha não! — sequei minhas lágrimas respondendo no mesmo tom — Não me humilha mais por favor, de sexta até aqui foi o que mais aconteceu comigo nesse inferno de vida.

— Você tem esse hábito nojento de colocar nos outras as coisas que passa em sua cabeça? — pisquei algumas vezes sem entender essa conversa totalmente sem sentido — Você falou que seria demitida e de fato, todos que foram convocados para estar aqui hoje serão demitidos, porém, tem um grande enigma que será solucionado na reunião Sr. ª. Batts não seja tomada pelas emoções.

Se levantou e voltou pouco tempo depois com água...

— Sei que sabe meu nome, mas você não me conhece então não me julgue. Se me permitir é claro, posso ter a oportunidade de me apresentar? — consenti — Me chamo Jae Han, novo dono dessa empresa e não sou tão ruim assim como deve ter ouvido, digo não aqui dentro, então espera assim como os demais para saber de tudo ok?

Concordei e senti empurrar minha cadeira para ficar ao seu lado na grande mesa de reunião... Peguei meu telefone e saí rapidamente da tela constrangedora... — acredito que surtei à toa.

" Como assim não é ruim na empresa? Meu Deus! Será que ele é um mafioso? Puta merda pode ser um psicopata"

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